quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Inspirados e inspirando!!


Como eu comentei no post abaixo, uma das melhores coisas de todo esse processo foi conhecer pessoas incríveis pelo caminho. Não somente os entrevistados que foram, sem exceção, de uma simpatia e generosidade inacreditáveis, mas também as pessoas com as quais entramos em contato, seja por indicações, ou através dessa nossa plataforma de compartilhamento e da página do facebook. Uma dessas pessoas foi a Juliana dos Santos Nunes, que desde o começo foi uma das primeiras a postar comentários no face, e começar a compartilhar idéias e sugestões com a gente. E olha que como uma historiadora natural de Jaguarão, moradora de Pelotas e em férias em Montevideo, ela com certeza tinha muita coisa para compartilhar!!

Desde que falamos que gravaríamos o show de Daniel em Montevideo, ela comentou que então nos encontraria lá - e qual não foi nossa surpresa qdo, um pouco antes do início do show, uma jovem simpática e falante veio ao nosso encontro, após nos reconhecer pelas fotos (e imaginando que o bando de malucos com as câmeras no canto só poderia ser a equipe do documentário mesmo). Conversando com ela, descobri que além de fã dos músicos em geral com quem estávamos conversando, ela era mesmo fã do Daniel, com quem já havia feito contato através do facebook, e visto que ele é sem dúvida, uma das pessoas mais simpáticas - e um dos artistas mais carismáticos - que existe. No final do show, ela estava toda animada pois havia conseguido conversar um pouco mais com ele, e pq havíamos todos combinado de irmos a um bar local, para comemorarmos o sucesso da apresentação.

 Ju, sua irmã Paty e Daniel, após o show!

Por uma série de desencontros, ela e sua irmã não foram ao bar, mas no dia seguinte tivemos a grata surpresa ao ver que o Daniel, conversando com elas pelo facebook, as havia convidado para o almoço, durante nossos últimos momentos em Montevideo. Foi ótimo termos a chance de conversarmos um pouco mais e de trocarmos contatos, para que pudéssemos seguir conversando.

A poucos dias, ela me enviou uma bela poesia inspirada no nosso trabalho e nas impressões dela da capital Uruguaia, além de palavras muito carinhosas e especiais sobre tudo isso. Como agora ela postou a poesia finalizada na nossa página do facebook, decidi vir e deixar registrado aqui também essa demonstração de que, da mesma maneira como fomos inspirados pelos trabalhos incríveis de todos esses artistas, também estamos tendo a chance de inspirar outras manifestações lindas! E isso não tem preço!!


Frio e Quente: O duplo pampeano

Sigo a linha fria do horizonte, me perco nas curvas do mar, percorro o sul buscando um norte. 
Sinto desejos impossíveis vindos de toda a parte desse território e me envolvo neles como se fosse uma criança comendo bala.
Sigo a linha fria da terra, me perdendo em verdes curvas, em veredas congeladas, em estáticas massas de ventos cristalizados, em arrepios de velhas senhoras “sudamericanas”, em vinhos densos, em brisas de santos cheios de promessas...
Sigo a linha quente dos tamboris, dos velhos casarios em desalinhos temporais, de leves veranillos de agosto em tons de primavera. Sigo o caminho da rambla oriental, da cor do carnaval em fevereiro febrilmente desconectado. Sigo o punhal frio de um amor partido, de um amor sussurrado, de um inverno colorido-desbotado, das franjas da encosta do Prata, da doce tarde avermelhada da Colônia do Sacramento, do desatino ao ver a flor lilás surgindo sobre o telhado das casas. A rama do cabelo vermelho da moça descalça e desamparada. Assim surge, à beira do desapego, o sorriso manso e sereno, do jovem que avista do mar, aquela ciudad onde percebeu o tom de cada cor.

(Juliana dos Santos Nunes)



E para encerrar, deixo vcs com Daniel cantanto "Riconcito", em um show em SP registrado pelo Luciano. 
;)




Postado por Chris Spode

2 comentários:

daniela possamai disse...

Belíssimo projeto! Parabéns!! Documentar a vida e a arte dentro dos longínquos e frios horizontes pampeanos é, sem dúvida, um belo e merecido documentário. Me deparei com este projeto através do show do Vitor Ramil aqui em Floripa. De imediato gostei! O nome "A linha fria do Horizonte" me remeteu à infância dos dias gélidos na serra gaúcha, os longos dias frios que se estendiam de abril a setembro da minha meninice.
Daniela Possamai

Lucaz disse...

que lindo isso!

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